Proposta quer subir limite de faturamento do Simples Nacional
Projeto quer ampliar o faturamento do MEI para R$ 130 mil, ME para 847 mil e EPP para R$ 8,7 milhões
A Câmara dos Deputados vem discutindo desde o início do mês a possibilidade de ampliação da tabela do Simples Nacional. Atualmente o faturamento do Microempreendedor Individual, o MEI, é de R$ 81 mil. O relator do projeto, deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), sugere que o valor seja de R$ 130 mil. O motivo: o avanço da inflação.
Contudo, uma audiência pública realizada essa semana entre o Deputado Bertaiolli e presidentes de entidades de classe, chegou-se ao consenso de que o texto deve tramitar na Câmara como foi aprovado no Senado, prevendo apenas ampliação do teto de enquadramento para microempreendedores individuais (MEI), dos atuais R$ 81 mil para R$ 130 mil ao ano.
O texto muda o teto de faturamento d a seguinte forma:
- microempreendedor individual (MEI) de R$ 81 mil para R$ 130 mil;
- microempresas de R$ 360 mil para R$ 847 mil;
- empresas de pequeno porte (EPP) de R$ 4,8 milhões para R$ 8,7 milhões.
Além disso, o texto também permite que um Microempreendedor tenha até dois funcionários. O limite atual é de apenas um.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait Neto, participou de audiência pública e afirmou que a correção das tabelas é fundamental para o crescimento econômico brasileiro. Ele salientou ainda que os empresários já se encontravam em situação difícil antes da pandemia da Covid-19 e que o cenário piorou ainda mais com a alta da inflação e custos de manutenção dos negócios.
Reajuste do Simples Nacional
Contudo, o projeto ainda deve ter que superar resistências por parte dos Governos Federal e Estadual. O Ministério da Economia é contrário à proposta por seu impacto na arrecadação do governo e os estados também tendem a se opor à medida devido à perda de receitas.
A Receita Federal estima em R$ 66 bilhões o impacto orçamentário, em 2023, de uma eventual ampliação do limite de faturamento do Simples Nacional.
Diante do impacto orçamentário apresentado pela Receita, Bertaiolli afirmou que, se houver consenso, o projeto pode ser dividido em duas partes: uma tratando do MEI e outra sobre o Simples. Na próxima sessão da comissão, na semana que vem, os deputados votariam a parte do MEI, que já passou pelo Senado.
O objetivo do Deputado Bertaiolli é que os novos valores estejam valendo já para o ano fiscal de 2022, a ser apurado em 2023.
Fonte: https://www.jornalcontabil.com.br